quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O Canto da Sereia


No ultimo domingo, (13), a rede Record, em seu programa dominical, Domingo Espetacular, passou uma “reportagem-denuncia”, sobre a minissérie da rede globo, O Canto da sereia. Segundo a denuncia, do Pastor Divino Aleixo Marinho, da igreja Betel Palavra de fogo, a globo está dando espaços demais ao candomblé, em sua teledramaturgia. O canto da sereia uma minissérie, adaptada do romance de Nelson Mota, que foi dividida em quatro capítulos, aborda a vida de uma cantora de axé, Sereia, morta em cima de um trio elétrico em pleno carnaval baiano, é a vitima da vez. Segundo a Record e o pastor Aleixo marinho, a globo nunca se prestou a passar uma imagem positiva dos evangélicos, e que eles nunca tiveram espaço equivalente às outras religiões em sua programação. Para o pastor “a emissora costuma exprimir uma visão positiva do candomblé”, Esta exposição excessiva das religiões afrodescendentes “passa uma mensagem contraria daquilo que a bíblia diz”. Para eles, a emissora escamoteia a imagem do candomblé, em sua pagina pessoal, no facebook, o pastor recebe inúmeros apoios dos fies que o seguem.
É até engraçado assistir a fatídica reportagem, a Record fazendo de tudo para parecer imparcial, apenas um meio de comunicação mostrando uma denuncia. É ridículo a reportagem, não no que tange os ataques a globo, pois sabemos que ambas são farinha do mesmo saco, mais sim, os ataques fervorosos ao candomblé, o pastor e suas sacadas ofensivas a religião africana, chega a dizer, que o candomblé passa uma mensagem contraria a da bíblia. Uma emissora religiosa, que usa seus cultos, evangélicos, televisivos para atacar o candomblé, explicitamente, vem agora querer exigir que outra emissora, comercial como ela, tenha mais ‘respeito’ com os evangélicos.
A serie deu tanto o que falar, que até a PM baiana, na voz do comandante da reserva, Raimundo Nascimento, entrou com uma representação no ministério publico contra O Canto da sereia, “Eu como baiano me vi indignado com uma minissérie como essa. Ali não é o retrato da cidade. Eu moro aqui há anos e nunca vi um homicídio naquele contexto que é narrado em “O Canto da Sereia”, diz Nascimento, e continua “...não estou falando em censura, mas sim na falta de senso. É como se não existisse policiamento na cidade. Como eles pegam uma minissérie dessa, com um teor desse e coloca no ar às vésperas do Carnaval? A emissora insiste em protagonizar a Bahia como responsável pelo índice de violência no Brasil”. Só se ver na Bahia.

Para quem nao assitiu e quiser ver a matéria: 
https://www.youtube.com/watch?v=dEvCQGJ5_T0